domingo, 3 de outubro de 2010

Sem Coragem

E ele me chamou de sua, falou das saudades e da falta de notícias,
Reclamou minha presença e se mostrou impermeável às minhas desculpas,
Rezou um terço, leu a biblia e pediu perdão,
Me arrastou pro quarto, se deitou na cama e pediu carinho,

Me rasgou a blusa, afagou meu ventre e me virou de frente,
Chorou de rir, fingiu dormir, cantarolou baixinho e me traduziu,
Pensou alto, esculpiu meu corpo e desenhou minhas formas,
Me sentou  na cadeira de balanço pra me ver inteira,
Admirou a imagem, posou de bom moço e acreditou em mim,


Bebeu bom vinho, cheirou meu cheiro e adormeceu,
Sonhou com o Éden e percebeu-se no paraíso,
Leu poeia, escreveu um conto e cantou Chico,
Levantou num salto, abriu a caixa e guardou segredos,

Nos olhamos fundo, de verdade e quase saudosos,
Fizemos promessas, marcamos outra data e demos as mãos, 
Re-vimos  cada canto , batemos a porta, entramos no carro,
Dissemos "Adeus" e como por encanto, tudo escureceu,
Escuro no céu, escuro no mar, escuro por dentro, só escuridão.


Quando amanhecer, "você vai me ver" -  Eu menti pra ele