quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ela III

Não era forte, não era rico nem pobre,
Não fazia o tipo dela, não lia filosofia,
Não tinha porte, não divagava nem sentava no divã,
Mas reconheceu-a  como a fêmea que sempre fora.

Fêmea que tivera que esconder-se pra (sobre)viver 
E ela desfez-se em mulher na frente dele,
E ela derreteu-se, ele lambuzou-se dela,
Ele trouxe na mala única, o presente.


Nem passado nem futuro, só presente,
O presente do delírio e do prazer,
Do prazer de sentir-se na carne,
Mulher no ato e não de fato.

O tom pausado e sussurrado da voz dele,
Quase não a deixava ouví-lo, ela adivinhava,
Os pensamentos e querências daquele homem,
Que a fez borbulhar num espumante ritmado.



Ela não podia falar dele, mas sabia seu nome,
Ele podia falar, mas desconhecia o nome dela,
Ele é o segredo dela do mundo,
E ela é ela pra ele.



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