quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Amaya












Deve ser, realmente, muito curioso e singular, quando você programa uma coisa para a sua vida e, de repente, de uma hora para a outra brota - Amaya.

Dizem que ela revelou-se pela primeira vez numa atmosfera de bastante desenvoltura e estava muito espirituosa.
Foi um choque, espécie de comoção geral, para todos os presentes na "tal cerimônia", pois a personagem foi tomando uma forma bastante descansada, expansiva e sociável.

Amaya tornou-se pessoa essencial na vida dos que estavam ao seu redor.
Tinha um jeito meio insolente de ser; porém, disfarçado em performances descontraídas e relaxadas. Fazia a turma alegre e não se constrangia com coisa alguma.

Um pouco vulgar, pretensiosa e afetada, mas soava feliz. Fazia cenas com casos pequenos, sempre teatral e pitoresca.

Encantava os demais, era lida como indivizível. Entretanto, de quando em quando, alguém precisava chamá-la a realidade, por seus pés no solo, comum a todos os mortais e lembrá-la de que o mundo não rodava em torno do seu umbigo.


Enfurecia-se, rodeava-se de demônios, perdia o controle, melindrava-se, causava pânico, celebrava o terror com gritos e gemidos agudos e afiados.
Era o gênio do mal encarnado na tão deliciosa e inebriante figura.
Acalmá-la era tarefa árdua, pois a criatura detinha-se frustrada e amaldiçoada pelo cosmos por um longo tempo.


Por fim, o espírito das trevas dava lugar a encantadora e sedutora persona.

Voz aveludada, sorrisos tentadores e cativantes reapareciam pelos lábios de Amaya.

Amaya foi uma criatura produzida,
infernalmente, dentro do inconsciente, vinha das entranhas primitivas, com a única finalidade de atormentar os já sem equilíbrio, aqueles que não têm igualdade de forças, os desassossegados e desamparados.

Criada e cravada na cratera da dissimulação e persuasão.
Atolada, atochada e abarrotada de máscaras demoníacas.
Enterrada,
escavada e esquecida na casa e na cadeira vazias.

Cuida-te, equilibra-te, permanece com tuas forças iguais e unidas.

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